Profissão de Intérprete de Libras surgiu nas Igrejas
As Igrejas cristãs protagonizaram a formação da profissão Intérprete de Libras
Você sabia? Hoje o Intérprete de Libras é uma das profissões mais requisitadas no mercado de trabalho, principalmente pelo aumento de eventos on-line na pandemia. Mas, você sabe como ela surgiu?
Mas você sabia que a profissão de intérprete de Libras foi bastante difundida pelas igrejas cristãs desde 1980?
A Igreja e a comunindade surda: como tudo começou?
Foi a partir do pioneirismo das igrejas protestantes que surgiram intelectuais dispostos a estudar a Língua Brasileira de Sinais (Libras). Esses estudiosos, que muitas vezes, se tornavam intérpretes passaram a entender a relação entre surdos e ouvintes como um movimento social.
Conforme o cientista social César Augusto de Assis Silva: “Se uma pessoa com surdez quisesse reivindicar algo, falava com o tradutor/intérprete, que fazia a tradução do que era dito. Essa foi uma das características que estimulou a atuação do intérprete como um profissional do mercado de trabalho”.
Mas, aqui queremos abordar outra questão, que sim, envolve religião, porém não é o foco central desse texto.
Como se tornar um intérprete de Libras em Igrejas?
Essa pode ser uma pergunta simples, se analisada somente do ponto de vista técnico. Mas, segundo profissionais que já atuam em igrejas como intérprete da Libras/Língua Portuguesa, essa função exige que o profissional além de saber a parte teórico-prática da profissão, esteja engajado com a comunidade surda dentro do contexto religioso.
É o que explica a intérprete de Libras da Uníntese e da igreja Batista Atitude, Patricia Santos:
“Muito mais do que fazer com que o culto e algumas atividades sejam acessíveis em Língua de Sinais, somos agentes de acessibilidade e de mudanças onde quer que estejamos, fazendo com que o surdo se sinta parte do todo e as pessoas ao redor se sintam motivadas e incentivadas a aprender a língua própria do irmão surdo, que também precisa ter acesso à informação, nesse caso, à Palavra de Deus, para que a sua fé seja renovada, fortalecida e solidificada na Rocha”.
A Bíblia no fortalecimento da Língua de Sinais
A religião é uma das grandes questões existenciais da humanidade. Em todas as sociedades há ou houve algum tipo de celebração, adoração a algo ou alguém sobrenatural, independente de qual deus ou crença.
Já se reconheceu que a Língua Brasileira de sinais é tão complexa como qualquer outra língua, por suas variações de sinais e expressões.
A comunidade surda tem alcançado, ao longo dos anos, maior espaço na sociedade. Um bom exemplo disso é a regulamentação da Libras como língua oficial brasileira.
Entretanto, mesmo que muitos passos tenham sido dados rumo à educação inclusiva, ainda há muito o que se fazer.
E se você recebesse um sinal?🤟💜
O sinal é uma característica da comunidade surda, um artefato visual dos surdos e mesmo tendo outro sentido para as religiões, eles são um diferencial em ambos
Para a comunidade religiosa, receber um sinal é algo divino, quando Deus está trasmitindo uma mensagem de vida a pessoa.
Já o sinal da comunidade surda é uma característica de identificação de um indivíduo e, também, uma forma de carinho, pois aquele sinal é único daquela pessoa.
Todas as pessoas podem ter seu sinal em Libras. O ato de “dar um sinal” a uma pessoa recebe o nome de batismo na comunidade surda.
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Uma pessoa possuidora de um sinal próprio, sempre que for apresentada a um surdo, soletrará seu nome por meio da datilologia e em seguida apresentará o seu sinal pessoal.
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Este sinal deve ser criado e é dado por um surdo, que após observar as características da pessoa e conhecê-la, irá atribuir o sinal de identificação pessoal, não podendo mais ser alterado, como uma forma de respeito a quem lhe batizou.
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O sinal próprio passa a ser o seu nome para a comunidade surda e é usado como uma forma mais prática e visual de identificação das pessoas dentro da comunidade surda.
Por que atuar na igreja pode ser um diferencial do intérprete da Libras?
A Libras foi oficializada em 2002, mas só em setembro de 2010 a profissão de intérprete foi regulamentada no país pela Lei nº 12.319.
O Censo de 2010 realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) identificou cerca de 9,5 milhões de pessoas com deficiência auditiva no Brasil. Para conseguirem se comunicar com ouvintes, os surdos precisam de apoio de um profissional, de um intérprete da Língua Brasileira de Sinais.
Com grande movimentação de pessoas, as igrejas cristãs estão fazendo a diferença e incentivando a tradução e interpretação em missas, cultos e encontros de fiéis.
Portanto, as igrejas estão, cada vez mais, exigindo profissionais da Libras qualificados e que tenha vínculo religioso, para além de interpretar, ter um relacionamento presente com a comunidade surda cristã.
A Uníntese/FADS pode te ajudar nessa missão de transmitir a palavra por meio da Libras, quer saber como? Clique aqui!
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