Meu filho foi diagnosticado com autismo: e agora?

Por | Social Media na Uníntese |


Meu filho foi diagnosticado com autismo, e agora?

Essa é a pergunta que muitos pais fazem quando recebem o diagnóstico de um filho portador do transtorno do espectro autista.

Embora a temática esteja cada vez mais presente em nosso dia a dia, com campanhas como o Abril Azul – mês de conscientização do autismo, ou o Dia do Orgulho Autista (18 de junho), ainda se faz necessário falar mais sobre o transtorno e o impacto disso na vida das pessoas, especialmente nas famílias.

E mais: precisamos criar cada vez mais mecanismos de inclusão das pessoas com autismo na sociedade!

Para falar sobre o assunto, conversamos com a neuropsicopedagoga Micheli Weirich, que atua junto a crianças com autismo e, compartilhou um pouco do seu conhecimento com os leitores do blog.

O impacto inicial ao diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista

Sobre o impacto inicial logo após um diagnóstico de autismo, Micheli explica: “quando iniciamos as investigações, tudo que mais queremos ouvir dos médicos e terapeutas é que não é TEA (Transtorno do Espectro Autista). Mas quando o diagnóstico é confirmado, a família passa por uma montanha russa de emoções, passa pelo luto do filho perfeito, a negação da realidade, a depressão até a aceitação”.

A profissional ainda complementa afirmando que, apesar de ser um momento muito difícil, com amor e dedicação é possível superar barreiras que parecem intransponíveis:

“A maioria das famílias sai em busca do melhor tratamento, da melhor abordagem terapêutica, investindo toda sua energia para que seu filho consiga resgatar o que está adormecido e ser estimulado para que suas dificuldades sejam amenizadas”.

Diagnóstico precoce é fundamental

Micheli ressalta que o diagnóstico precoce é fundamental, e quanto mais cedo acontecer, antes é possível fazer uma intervenção. Ela destaca que até os 3 anos de idade, as janelas de oportunidades do cérebro da criança ainda estão abertas para receber estímulos.

A neuropsicopedagoga Micheli Weirich

Diante disso, é fundamental que os pais fiquem atentos ao comportamento das crianças desde muito cedo, e, ao identificarem algo que chame a atenção, procurem um profissional para fazer uma investigação.

A profissional ainda alerta para a necessidade de a família estar unida e alinhada à equipe terapêutica envolvida com a criança: “é importante fortalecer os vínculos afetivos, estar bem para oportunizar um ambiente tranquilo e calmo para a criança”. No entanto, Micheli relata que, mesmo com bastante estudo e conhecimento sobre o autismo, os pais não devem tentar fazer o papel de terapeuta, deixando essa função para os profissionais envolvidos.

Ela ainda faz um alerta aos pais de crianças autistas:

“Entre casais, acaba acontecendo muito de não falar sobre o autismo ou acaba só vivendo o autismo. Eu acho que a palavra chave para essa situação é equilíbrio. Por que, apesar de a criança ter um diagnóstico de autismo, ela tem uma identidade fora do transtorno e a gente precisa ter uma vida saudável, falar sobre outras coisas, oferecer vivências, e não viver só o mundo do autismo. Existe um universo paralelo que precisamos saber equilibrar”, conclui.

Saiba mais: quais são as 5 características principais do autismo.


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